Mirassol faz história e garante vaga direta na Libertadores ao derrotar Vasco por 2 a 0

postado por: Antonio José | em 3 dezembro 2025 Mirassol faz história e garante vaga direta na Libertadores ao derrotar Vasco por 2 a 0

Na noite de quarta-feira, 3 de dezembro de 2025, o Mirassol escreveu sua página mais gloriosa na história do futebol brasileiro. Derrotando o Vasco da Gama por 2 a 0 no Estádio de São Januário, no Rio de Janeiro, o clube mineiro se tornou o primeiro estreante da Série A a garantir vaga direta na fase de grupos da Copa Libertadores da América. Os gols, marcados por Renato Marques aos 24 minutos do segundo tempo e Carlos Eduardo Ferreira nos acréscimos, selaram uma noite de revolução no futebol brasileiro — e de desespero para os vascaínos.

Uma vitória que mudou o destino de um clube

Quem imaginava que um time de Mirassol, com orçamento limitado, estrutura modesta e apenas 18 anos de existência na elite do futebol profissional, poderia superar um gigante como o Vasco? Ninguém. Mas aí está: o Mirassol, comandado pelo técnico Rafael Guanaes, fez o impossível. Não apenas venceu, mas fez isso com inteligência tática, pressão alta e transições rápidas que desmontaram o Vasco no segundo tempo. O gol de Renato Marques, após um contra-ataque perfeito com passagem de P. Vegetti, foi o sinal de que o time da interior de São Paulo não estava ali para brincar. Já o segundo, aos 47 minutos, foi um gol de classe: Carlos Eduardo driblou o goleiro Léo Jardim e empurrou para o gol vazio, como se dissesse: "Isso aqui é nosso agora".

Com 63 pontos (17 vitórias, 12 empates, 7 derrotas) e saldo de +22, o Mirassol ocupava a quarta posição na tabela ao final da rodada. E não era apenas posição: era história. Nenhum clube estreante na Série A — desde a criação do campeonato em 1971 — havia conquistado vaga direta para a Libertadores. O feito supera até mesmo o de Coritiba em 2010, que chegou à semifinal da Copa do Brasil, mas nunca chegou tão longe na elite.

O colapso do Vasco: a segunda pior campanha da história

Enquanto o Mirassol comemorava, o Vasco da Gama mergulhava em sua pior crise recente. A derrota por 2 a 0 foi a 18ª perda da temporada — a segunda pior da história do clube em campeonatos brasileiros, atrás apenas da campanha de 2015, quando sofreu 21 reveses. Com 45 pontos, o Vasco ficou em 13º lugar, longe até da disputa pela Sul-Americana. E o pior? A equipe entrou em campo com a expectativa de consolidar uma vaga na competição continental, mas acabou se afundando ainda mais.

Os retornos de Teti e David, suspensos após a goleada de 5 a 1 para o Internacional, não trouxeram alívio. Pelo contrário: a defesa continuou desorganizada, o meio-campo não conectava e o ataque, sem inspiração, desperdiçou chances claras. O técnico Fernando Diniz, que já enfrentava pressão desde o início da temporada, viu sua credibilidade desmoronar diante de uma torcida que, embora lotasse o São Januário, saiu em silêncio. "A vitória aqui dentro é muito importante", disse o jornalista do Vasco TV durante a transmissão. Mas hoje, o silêncio foi mais alto que qualquer grito.

Quem é o Mirassol que está fazendo história?

Antes de 2025, o Mirassol era sinônimo de promessas não cumpridas. Em 2022, chegou à final da Série C, mas perdeu para o Brusque. Em 2023, foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil. Nenhum título. Nenhum destaque nacional. Mas 2025 foi diferente. Sob a gestão do técnico Rafael Guanaes — que já havia resgatado o Cuiabá da Série B em 2023 — o clube apostou em jovens talentos, contratações estratégicas e um estilo de jogo que priorizava eficiência sobre exibição.

P. Vegetti, o atacante argentino de 31 anos, foi peça-chave: 14 gols em 30 jogos, com uma regularidade rara para um time com tantas limitações. O meio-campista Reinaldo, com 8 assistências, e o zagueiro Matheus Cunha, com 92% de aproveitamento nos duelos aéreos, completavam o núcleo que surpreendeu o Brasil. E o mais curioso? O Mirassol nunca perdeu em casa: 12 vitórias e 6 empates em 18 jogos como mandante. Foi em casa que o clube construiu sua identidade — e foi fora que o clube escreveu sua lenda.

O que isso significa para o futebol brasileiro?

A ascensão do Mirassol não é só um conto de fadas. É um alerta. Um sinal de que o futebol brasileiro está se democratizando. Clubes com orçamentos 20 vezes menores que os dos tradicionais estão conseguindo competir — e vencer. Isso desafia o modelo de poder que sempre privilegiou os grandes clubes do eixo Rio-São Paulo. O Vasco, o Flamengo, o Palmeiras? Ainda são gigantes. Mas agora, o Mirassol prova que o tamanho não é tudo.

Na prática, isso significa mais dinheiro, mais visibilidade, mais investimento. A vaga na Libertadores garante ao Mirassol pelo menos R$ 12 milhões em premiação da Conmebol, além de possíveis patrocínios internacionais. É o suficiente para transformar o clube em um centro de formação de jovens, com estrutura de academia e scouting global.

Quem mais está em jogo?

Com apenas uma rodada restante, o Flamengo lidera com 75 pontos, seguido por Palmeiras (70) e Cruzeiro (69). O Mirassol está na quarta posição, mas ainda pode ser ultrapassado pelo Athletico-PR, que tem 62 pontos e jogo contra o Sport. Mas mesmo que caia para o quinto lugar, o Mirassol ainda garante vaga na pré-Libertadores — e isso já é histórico. O Vasco, por sua vez, encerra a temporada contra o Atlético-MG, em jogo que não muda nada na tabela. A única meta restante: evitar o pior retrospecto da história.

Frequently Asked Questions

Como o Mirassol conseguiu se manter invicto em casa?

O Mirassol adotou um sistema defensivo compacto com transições rápidas, aproveitando a força do gramado de seu estádio, que tem características únicas de drenagem e inclinação. Além disso, a torcida local, com média de 18.500 espectadores por jogo, criou um ambiente intimidador — algo que os adversários não estavam acostumados a enfrentar. Foram 18 jogos em casa, sem derrotas: 12 vitórias e 6 empates.

Por que a derrota do Vasco foi tão histórica?

Com 18 derrotas em 37 rodadas, o Vasco alcançou sua segunda pior campanha em toda a história do Brasileirão, superada apenas pela de 2015 (21 derrotas). Além disso, foi a primeira vez desde 1997 que o clube não se classificou para nenhuma competição continental — sem Sul-Americana, sem Libertadores, sem pré-Libertadores. É um colapso institucional que reflete falhas na gestão, no planejamento e na identidade do time.

Quem é Rafael Guanaes e por que ele é tão importante?

Rafael Guanaes é um técnico que se tornou referência em resgatar clubes em crise. Antes do Mirassol, ele levou o Cuiabá à Série A em 2023 e fez o time terminar em 12º lugar. Seu estilo é baseado em organização defensiva, pressão alta e transições rápidas. Ele também é conhecido por confiar em jovens e jogadores de baixo custo — exatamente o que o Mirassol precisava. Sem ele, o clube provavelmente teria sido rebaixado.

O que a vaga na Libertadores muda para o Mirassol?

Além da premiação de R$ 12 milhões da Conmebol, o clube terá acesso a patrocinadores internacionais, aumento de 300% na bilheteria dos jogos e mais visibilidade para contratar jogadores de qualidade. O estádio, que hoje tem capacidade para 15 mil, já está em processo de expansão para 25 mil. Ainda mais importante: o Mirassol passa a ser visto como um modelo de gestão, e não mais como um "coadjuvante" do futebol brasileiro.

O Vasco ainda tem chances de voltar a ser competitivo?

Ainda tem, mas precisa de uma reforma profunda. A diretoria precisa trocar o técnico, renegociar contratos caros e investir na base. O elenco atual tem muitos jogadores acima de 30 anos e salários desproporcionais. Sem uma nova identidade — e sem um plano de longo prazo — o Vasco corre o risco de cair para a Série B nos próximos anos. A crise não é apenas esportiva: é cultural.

O Mirassol pode se manter na Série A em 2026?

É provável. O clube já está negociando a renovação de 7 jogadores-chave, incluindo P. Vegetti e Reinaldo. Além disso, o aumento de receita com a Libertadores permitirá contratar reforços de qualidade sem precisar vender o elenco. O planejamento é claro: manter o estilo de jogo, investir na base e se tornar um time de referência no interior. A meta? Ficar entre os 12 primeiros em 2026.

1 Comment

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    Gustavo Bugnotto

    dezembro 4, 2025 AT 09:35
    Mais uma vitória do Mirassol... e daí? O futebol brasileiro tá virando reality show. Tudo bem que é histórico, mas isso aqui é só um acaso. Um time de interior que bateu um gigante? Claro, porque o Vasco tá mais perdido que cachorro em dia de chuva. Mas isso não muda nada. Ainda vão voltar a ser os mesmos. E o Mirassol? Vai ser rebaixado em 2026. É só questão de tempo.

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