Suspensão de Deputados: Hugo Motta Move Conselho de Ética Após Ocupação no Congresso

postado por: Antonio José | em 9 agosto 2025 Suspensão de Deputados: Hugo Motta Move Conselho de Ética Após Ocupação no Congresso

Pedido de suspensão agita bastidores da Câmara após protesto

O clima na Câmara dos Deputados ficou pesado depois do pedido de suspensão feito por Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente em exercício da Casa. Ele quer que cinco parlamentares fiquem até seis meses longe do cargo. Eles são acusados de liderar um protesto com direito a invasão da Mesa Diretora, tudo para tentar travar os trabalhos do Plenário. Não é todo dia que se vê uma cena dessas por lá.

A medida atinge Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Júlia Zanatta (PL-SC), Marcel van Hattem (Novo-RS) e Camila Jara (PT-MS). O detalhe curioso é que a maioria é de oposição e ligada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas até uma deputada do PT entrou na lista — Camila Jara acabou sendo acusada de agredir fisicamente Nikolas Ferreira (PL-MG) no empurra-empurra. Para os envolvidos, a confusão foi uma resposta direta à prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, o que transformou o Plenário num palco de disputa aberta entre oposição e situação.

Os pedidos de suspensão já estão nas mãos da Ouvidoria Parlamentar, o órgão que recebe e processa denúncias internas. Agora, todo esse material vai para o Conselho de Ética, que deve abrir processos ainda nesta semana. Lá, os deputados acusados terão a chance de se defender, mas correm sério risco de afastamento temporário.

  • O protesto foi marcado por gritos e empurrões, num ambiente pra lá de tenso.
  • Deputados do PL e do Novo fizeram corpo a corpo para pressionar Hugo Motta a pautar a votação de um projeto de anistia — o que não aconteceu.
  • Senadores como Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) classificaram a ocupação de "inaceitável", mas rejeitaram discutir impeachment de Moraes.
Dúvidas sobre liderança e próximos passos

Dúvidas sobre liderança e próximos passos

Depois da confusão, Motta ficou na berlinda com colegas dizendo que ele "sumiu" na hora em que o Congresso pegava fogo. Enquanto os ânimos esquentavam, quem assumiu a linha de frente para negociar com os deputados bolsonaristas foi Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara. Isso botou em xeque a força política de Motta: tem muita gente no Centrão vendo aí sinais de fragilidade da atual gestão.

Outra curiosidade: outros nomes ligados ao protesto, como Paulo Bilynskyj (PL-SP), não entraram na lista dos pedidos de suspensão, o que gerou desconfiança sobre possíveis acordos de bastidor para evitar um racha ainda maior. O pedido de punição, aliás, partiu de legendas de esquerda como PT, PSB e PSOL, incomodadas com o clima beligerante instalado na Casa depois da ordem de prisão contra Bolsonaro.

Para o Conselho de Ética, o protesto Congresso é um teste de fogo. Parlamentares de todos os grupos já preparam discursos para defender ou atacar colegas, enquanto o clima de rivalidade promete se estender por semanas. A decisão pode criar precedente pesado: suspensão por motim não é comum e, se acontecer, aumenta a tensão política em Brasília, onde tudo parece prestes a explodir.